Com_traste

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quinta-feira, 9 de abril de 2009

A OUTRA METADE DA...CEREJA



Não sei o que quero nem porque espero
Não sei o que me faz andar assim
Não sei porque insisto
Nem porque imploro
Não sei ..mas grito
Nada me acalma
Nada me sossega
Nada há que me adormeça a raiva
Não sei porque grito
Mas grito
Exausta
Cansada de mim me quedo
Nem sei bem o que espero
Mas espero
E em cada revolta me seguro a âncoras de algodão
E fico boiando na consciência do exagero de mim
Não devia ser tanto
Não devia ser
Depois olho os outros com certezas duvidosas
Que dependendo do turbilhão que há em mim
Assim lhes rio ou lhes grito
Sendo sempre a mesma realidade que me cerca
Não a condeno à pena de morte em dias sim
Mas sou a própria forca em dias não
Sei todas as regras
Sei todas as fugas às ditas
Sei os segredos dos meus Deuses
Sei até que ignoro a diferença entre o que existe e o que invento
E consigo afiar a faca de ponta e mola nos dentes do destino
Quando o apanho a sorrir
Embriagado pelo prazer alcoólico dos copos vazios dos bêbados vagabundos
É meu aliado na chacina social a que me dedico quando sóbria
Depois há momentos em que me embriago totalmente na ingénua e pura fantasia
Na crença que se faz amor com a poesia
Existem rosas de cor púrpura em cada madrugada
Assim corto os pulsos à desdita
Mato a cruel nascida em mim, fruto de infidelidade dos meus Deuses
E solto loucas gargalhadas
Por me saber tão doce como as cerejas.

3 comentários:

  1. the dark side of the cherry... :)
    Olha, ontem disseram-me uma coisa engraçada que eu resolvi acreditar porque me dá um jeitão: a vida começa aos 50 anos e nessa altura temos direito a tudo...
    Isto a propósito das angústias recorrentes que tão bem conheço e que se calhar têm a ver com a fase da cereja (fase no sentido das fases como a lua tem).
    E pronto, já escrevi demais, mas é que as palavras são como as cerejas: vão umas atrás das outras...
    Sorri muito sff

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  2. Não é ingenuidade nem fantasia, pode-se de facto fazer amor com a poesia, vem descrito, e as rosas purpura ou de outra cor ou aroma, sem espinhos, em palma, estarão lá, se a jarra também estiver e for a apropriada. ;)

    Beijinho.

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  3. Era bom era que o amor se fizesse de poesia...

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