Com_traste

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sábado, 10 de julho de 2010

Corpo Manuscrito


Molhei a pena com que escrevia a distância
Na saliva que restava do beijo em rodapé
Manuscrito em letra primária
Cuidadosamente desenhava a palavra amor.

Tão cuidadosamente quanto sentida

Molhava a pena que separava a vontade das asas
Nas lágrimas doces cozinhadas em lume brando
Num caldeirão de sonhos de menina
Lentamente soletrava o teu nome

Tão lentamente quanto o escrevia

Molhava a pena no suor do rosto
Depois de noites e noites sem adormecer o desejo
Chegava ao fim do poema inacabado
Deixando em branco todas as linhas do meu corpo.

Tão brancas quanto a pena com que escrevia

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