Com_traste

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não era bem isto..mas continua a confusão.alguem cala o galo?


A continuação que nem sabia que existia..
A história passava-se na altura em que há a consciência do erro e alguns animais falavam, dizem…
Embora sabendo todas as respostas, eles insistiam em se questionar todos os dias..falo dos animais sem consciência do erro ainda.
Logo pela manhã, era o galo que despertava e assim, meio como quem nem sabe qual é a sua obrigação na terra, cantava do alto do poleiro, abrindo as asas cheio de penas ao mesmo que o bico sem as ditas, deixando o mundo acordado para mais um dia de sol ..mesmo que fosse de Inverno.
E as pessoas acordavam alegres e contentes, lavando os sonhos dos olhos, pintando o tempo do rosto, vestindo a pele que escolheram no dia anterior.
E iam para a rua, seguindo em frente, virando à esquerda na rua da leitaria, descendo a rua da esperança. Subindo a da Fé, alguns paravam na rua da Caridade, mas logo de seguida seguiam em frente, rumo ao destino marcado.
Lá, na rua do destino, encontravam de tudo como nas feiras.
Alguns escolhiam o mesmo de todos os dias e eram trabalhadores de pica ponto, só parando para a bucha e almoço porque tinha mesmo que ser. Depois saiam à tardinha, apanhavam o meio de transporte auto programado pelo sistema, ligavam a RFM ou a Comercial (dependendo da onda de cada um) de regresso ao lar doce lar mesmo, que fossem diabéticos.
Os que iam a pé, paravam no parque ainda a tempo de olhar os pombos, ficavam sem saber se deviam dar milho ou maldizer a falta de ar que lhes causava a alergia às aves…na maioria das vezes faziam as duas coisas, um alérgico também pode ser amigo da natureza. Bastava que a senhora que se senta todas as tardes aquela hora no banco vermelho junto ao lago dos patos, se levantasse para ir gritar ao neto para que este não se sujasse (coisa que acontecia por voltas das 18 h e 47 m) que os nossos amigos, Pessoas com mobilidade reduzida ao tipo de sapato, ou aos calos, e sem FM ou comercial, pudessem puxar do outro que, sem ser criança, têm lá dentro…e quase que voam com as pombas a quem davam o milho que traziam escondido nos bolsos. Quase, só quase porque a Sr.ª voltava a sentar-se no banco passado os 4m e 12 segundos habituais e do bolso do milho saia novamente o lenço de risca azul anil para tapar a boca, enquanto abanando a cabeça se afastavam do local.

Outros, com menos convicção na máxima de que o trabalho por conta de outrem, honra e dignifica o homem, passam o dia a existir com convicção..digna e honradamente sem se cansarem muito. Uns têm gravatas ou borboleta (dependendo do tipo de fato ou se de facto o são), há os que tem umas grandes pastas, outros só secretária, há os que viajam muito para fora do pais e conhecem o Allgarve. Estes também sofre de alguns males, menores, dirão alguns, porque com os males dos outros…mas não constam que gostem de pombos, embora a columbofilia seja um passatempo considerado com algum interesse. É de bom tom ter alguns Hobbies mas há também quem tenha apenas bobys ou mordomo. Por vezes são olhados como “os outros”, “aqueles” que fazem o IRC e costumam ter médico de família.
Mas já o dia ia a meio quando se levantaram os outros ainda mais outros, os que não precisam de galo, mas de loucura para enfrentar o dia (deve ser assim tipo uma catatua), e esses fazem tudo o que gostam e com prazer. Uns pintam, outros escrevem, uns dançam e dão cambalhotas, outros há que fazem tudo, dançam enquanto pintam e dão cambalhotas enquanto escrevem…mas não constam que tenha grande saúde (suspiram muito e têm perdas de inspiração, mesmo nunca tido algo digno desse nome) nem são vistos por todos com bons olhos, depende muito do tipo de letra e das lentes que se usam..antigamente poderia ser também devido à falta de cultura, hoje pensa-se que não se pode atribuir culpas à dita pois há oportunidades novas. O dia destas pessoas começam geralmente quando não acordam dos sonhos, costuma ser noite e é vê-los como se tivessem a acordar…meio estremunhados e de cabelos sem muito pente. Uns são mais rústicos e passam os dias em bairros sociais, fazem do povo a força de inspiração e dizem-se o povo inspirado. Outros mais requintados, conhecem todas as palavras difíceis chegando mesmo a serem os próprios palavrões. A generalidade não gosta do acordo ortográfico embora gostem muito de invenções.
Um dia, na Rua do destino marcado, entre encontrões, buzinadelas, palavrões e alguma indiferença, cruzaram-se estes espécimes em hora de ponta…
E depois?
Porque raio tem que haver sempre um depois?
Mas consta que os animais já não falam como antes…e as pessoas continuam a errar, com ou sem grande consciência.
Esperemos que o galo cante pela manhã…que ele não gosta muito de Variações…se é para amanhã…que seja!




1 comentário:

  1. Ao ler este post reparei que eu também em muitas manhãs "lavo os sonhos dos olhos". Acontece que nem sonho muito, mas há sempre uns fiapos se sonhos, melhor diria umas remelas.
    A continuação (?) do post anterior teve cá um galo...

    Para além do bom gosto e do gosto pela escrita, nota-se que só se escreve assim quando se tem prazer em escrever e "vejo" a autora a rir muitas vezes ao escrever, o que é muito bom sinal.
    Continuarei a ser fã :-) e atendendo a que "não fica bem" :-) assinar estes comentários como Carapau, passarei a assiná-los como Petrarca, um nome que sempre dá outra seriedade à "coisa".
    Petrarca.

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