Com_traste

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sacrifício


Tacteia-me a Derme com a ponta dos dedos em chama
Queima-me a capa que me sobeja e aperta
Soltando o envergonhado prazer que sinto
E a dor que se acumulou pela espera
Morde-me os lábios com a faca afiada da matança
Que escorra o sangue pelo chão de nós
Deixando cair as palavras decompostas
Num lago negro de duvidosas vidas
Entrega o corpo sagrando aos Deuses que nos esperam perfeitos
E na pedra escreve com as unhas o meu nome
Com todas as letras imperfeitas que me formam
Depois deita-te sobre mim inteiro
E enche-me do teu veneno puro
Que nos arda a alma por não aguentar com tanto fogo
E o corpo que se morra farto de sustento
Em espasmos num ritual profano
Damos início ao fim do mundo num dilúvio

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