Com_traste

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domingo, 31 de julho de 2011

Distraídos


O corpo estendido à horas a fio naquele chão
O cheiro era de um outro, entranhado
Desfaziam-se as carnes em pasta pegajosa
De cor ausente
Ninguém via, ou ninguém se preocupava
Como se fosse normal desfazerem-se corpos pelo caminho
Os insectos, os únicos com alguma consciência social
Zumbiam em redor do liquido
Fazendo o seu papel na perfeição
Uns morreriam ali, naquela praia
Por ser essa a sua obrigação
Outros, levariam nas patas restos
Fazendo mel fora da colmeia
Matando a gulodice dos menos diabéticos
Passarão anos…eternidades
E um dia morre também a saudade
Do corpo que ninguém viu

1 comentário:

  1. morremos por dentro, com a esperança de ressuscitar para fora…
    intenso…..

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