Com_traste

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sonambula


Perco o sono
E procuro o encontro comigo
Ali, na escuridão do que já teve luz…tacteio-me
Não é fácil aprender a ver às cegas
Quando confundidos com a claridade do que pensamos ser
Quando habituados ao nosso reflexo
Ao espelho desfocado
À lente das máquinas que nos agarram no tempo limite do click
Aos olhos dos que nos amam
À falta de visão dos que nos odeiam
À nossa sombra
À nossa própria imagem e semelhança…que nos fizemos
Agora é um aprender de novo
Mais doloroso no erro, porque nos pensamos exactamente contrários
Desiguais de nós mesmos, recusamo-nos
Insistimos em tactear vezes a fio
Procurando a fenda que nos engoliu inteiros
Somo-nos outros, desconhecidos
Quase nós no cheiro
No paladar
Quase…nós, nesse quase
Há muitos Homens num Homem só
Li algures e sorri
Mas quando conhecermos todos os Homens que nos formam
Não saberemos dizer quem somos..porque é tarde demais para apresentações
Ou porque nos ensinaram a não falar com desconhecidos

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