Com_traste

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sábado, 30 de julho de 2011

Teste pouco científico


Acho que sou volátil
Tal como me sinto gasosa
Vapor de agua em borbulhar constante
Evaporação de essência
Com aroma de pele em orgásmicas destilações
Tantas vezes perdendo o essencial por entre os poros
Desfaço-me e refaço-me em transformações constantes
Regressando sempre á mesma forma sólida
Do que me fizeram..do que me deixei ser
A matéria inconstante que me forma
Ajusta-se ao objecto em que tem que se encaixar
Desde sempre
Um corpo que se ajusta num espaço imposto
Para poder sobreviver
Então entrei neste corpo humano de fêmea
Aconchegando o sexo à sua função natural
De virgem
De esposa
De mulher em duvida
De puta antes que seja tarde
E a capacidade limitada da forma
Ilude a capacidade ilimitada da função
E para que se cumpra
A ciência nunca comprovada da existência dos Homens
Fazem-se teste em tubos de ensaio
Variando a técnica e a experiência
Mas numa dessas ocasiões
Foi descoberta a possibilidade do ser se evaporar
Mantendo intacta a imagem
Ficando momentaneamente oco do seu ser
Invenção sem patente registada
Protótipo eu me sinto
Quando mais uma vez me evaporo por entre os dias…

1 comentário:

  1. "E a capacidade limitada da forma
    Ilude a capacidade ilimitada da função"
    Ilude mas não domina. Mais um texto de excelência

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