Com_traste

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Enquadrada




A espera fica-se no tempo e no espaço
Sendo o que é por falta de ousadia
Despisse ela todos os preconceitos que a cobrem
E de meias negras surgiria
Talvez ainda sentada
Em posição diferente
Porque uma espera mais ousada
Não se fica apenas…
E esta mente
Sabe que deixou de o ser e dá tempo ao tempo
Como uma outra forma mais consciente de existência
Num jogo em que seduz a ausência
Mordendo o lábio do tempo
Lambendo a dislexia da palavra
Que ainda se contradiz na forma
Apenas e só
Aquele momento
Em que sabendo-se outra
Ainda não se mostra
E retrata a imagem do consenso
Porque teme ainda as divergências
Da normalidade com que fecha e abre as pernas
Então fica assim enquadrada na ideia dos outros
Na moldura enCastrada
Limitando a vontade de se expandir para lá da parede
Concentrando o tempo, o espaço e a essência
Talvez nesse “dar tempo ao tempo”
Surja
Mais ela
A que espera sempre…sempre mais
De si e de todas as coisas
Desenquadradas do real
E prostitui-se em montra
Deixando apenas ver o tempo que ainda não se deu.

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