Com_traste

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

DesNorte


Quando se perdemos..de nós..de ti..de mim
O caminho pode ser qualquer um em que a porta se abra
A vontade estará no desejo de seguir viagem
De malas feitas em abandono
Onde se guarda o que resta de nós
E nos bolsos o vazio
Ao mesmo tempo o espaço por ocupar…enche a bagageira inteira
Poderá ser longe ou perto
Tanto faz
A contagem será em crescente à medida que a euforia do desconhecido
Apazigua a falta de combustível que existe
Querer arder em chama
Da voz que o imaginário povoa
E o corpo será reinventado para nos encaixar na memória
Ou não
Porque o vazio será ocupado por essa contradição
E em cada estrada
Em cada outra visão
A paisagem muda
E muda-se também o que deixámos para trás
E o desejo do desconhecido sem portagem paga
Sacia-se à borla
Ou na junção de condições idênticas
Em que o ar respirado é aparentemente puro
Sem poluição
A imagem surge outra…mais nova em nós
O som é musica que convida a dançar
E todos os sentidos se apuram
Renascendo de Norte
Morrendo a sul
E nas distâncias se encontra a orientação
Dos mapas deixados no porta luvas
Perdidos nos trates
Guardados entre fios de cabelos que envelhecem
Também eles desnorteados
E ausentes
Até um dia…ou não.

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