Com_traste

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

grito do Ipiranga



Atada de pés e mãos
Sentia a voz aos saltos na garganta
O grito a lutar contra as paredes do seu pudor
Ou com dor
Voaria então dentro dela
Aguentando até mais não conseguir
Mas testava-se
E os limites eram apenas imposições dos outros
Ela nunca se impôs a si
Mas agora queria saber se aguentava
Esperar o já não poder mais
O momento certo
Que rodava na roleta da sorte
E se acertasse que faria?
Contorcia o corpo
Em prazeres selvagens
Salivava, sem querer molhar-se mais ainda
Mas era já um lago de fluidos
Até às lágrimas chegavam os seus sentidos
E sem mais demoras
Solta para fora
A voz do gozo
Do acto de se libertar
Agora só precisava de prender o coração!

2 comentários:

  1. Pois este ja tinha lido...desde 2009.Coincidencia.
    A ver se vasculho por aqui coisas antigas

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  2. Intenso, maravilhoso, libertador!
    Apreciei muito. Parabéns

    Emanuel Vital

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