Com_traste

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cheia


Passo as fronteiras do consciente
E corpo fora
Em queda pelos limites
Escorro mundo adentro
Afogando magoas
Esquecendo dores
Levando na enchente..gente
Que gritem horrores
Que deixem órfãos
Casas
Bens e males
Em queda livre sigo
Não me contenho
Nem muros ou pedras poderão parar
Não é arrogância
Não é maldade
Nem tão pouco insensibilidade
É a incapacidade de me bastar em mim
Sou pouca
Parca em espaço
Em vida
Em morte
Sei lá
Sinto-me excesso
Dose e meia
Ilimitada
Copo a transbordar
E que faço com o que me sobre de mim?
Tentei beber
Engolindo em seco
Calando
Sorvendo
Mas até por a pele me esvazio
Chegando a ter calafrios
Confusos suores
Que me servem de álibi
Mas basta
Agora vou por ai
Se do corpo trespassa
Encarnarei em arvores
Em pedras
Em rios
Mares
E montes
Serei mais além
Agua das fontes
E quando de mim já não souber
Paro um pouco e beberei…
Para poder seguir..consciente da minha Incapacidade

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