Com_traste

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Euforia II


Ela vestia como habitualmente, de negro
Naquela noite sentia-se especialmente bem
Embora apenas se vislumbrasse um sorriso nos seus olhos
Seguira com os restantes para um daqueles lugares em que não se sabe porque se teima em ir
Musica num volume que dificulta a conversação
Dificuldade em chegar ao balcão para pedir a bebida de sempre
Mistura de corpos e cheiros desconhecidos
Encontrou um canto em que dali conseguia ver quase toda a sala
E dedicou-se a observar em silencio
A sua bebida, de nome que desconhecia
Sabia a menta e laranja
Tirou um cigarro e sentia-se a gosto, mesmo parecendo estar longe dali
Ao longe por duas vezes um olhar se prendeu no seu
E por duas vezes tentou disfarçar a aflição que sentira
Olhando noutra qualquer direcção
Não tardou muito e umas mãos seguras tocaram-lhe a cintura
Antes que se pudesse mexer
Sente por trás de si uma respiração bem junto ao seu pescoço
Um copo que surge à sua frente como oferta
E uma voz que lhe sussurra ao ouvido
“Não sei o nome
Chamemos-lhe Euforia
Como o teu perfume”
Beberam do mesmo copo
Sempre naquela posição
Olhou para o lugar dos olhos que a prenderam e…confirmou a ausência
Algo mais já a prendia agora…

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