Com_traste

Com_traste

segunda-feira, 12 de março de 2012

Desnuda


Dispo as palavras de pudor
Tímidas
Doridas
Nuas esfriam
E entrego o seu corpo assim
À tortura do silêncio
Insensíveis mãos
Que despem a alma
No vazio que ficou no quarto
Onde roupas caídas fazem cama
No momento
Descontrolados corpos
Insensatos corações
Entregam-se quase mortos
No gozo libidinoso
Que nos retira da realidade
Temporariamente
Não mentem
Escrevendo o prazer cru
No nu dos olhos
Quando lês
O que me vai na alma
E depois te calas
E me emudeces
Aguardando a hora em que o sol aparece
Para enganar a vergonha que cora o rosto
Que se soltou das palavras despidas
No momento da verdade
Que se assume uma ou outra vez

Sem comentários:

Enviar um comentário