A palavra
Que no ventre se enrola em acto digestivo
Resiste ao suco inquisidor
E fere as entranhas
Do ser que nunca será preso pelo proferido
E desgasta mais do que se desgasta
Por ser crua
Dura
Cruel
Fel do próprio fel
Dando azia à boca que não a procria
Renegada à nascença
Assume a não paternidade
Mas não morrerá sem vingar a crueldade
De conter o que se deu à luz
Clandestinamente
Haja coragem
De queimar mais que o cigarro
E deixar sair de dentro o catarro
Em gritos portadores do vírus
Da rebeldia
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